Enquanto estudante de direito no Largo de São Francisco na década de sessenta e durante a minha vida de advogado passei dias e noites estudando os oito volumes dos Comentários ao Código Penal do Ministro Nelson Hungria. Li, reli, tornei a ler e li novamente os oito volumes, sempre embevecido. Para os que não sabem, Nélson Hungria Guimarães Hoffbauer foi Ministro do Supremo Tribunal Federal e, sem dúvida, o maior penalista do Direito Penal brasileiro. Hoje os estudantes de direito aprendem a ciência penal em apostilas. A sabedoria e a maneira elegante de escrever deste penalista excepcional me extasiava. O príncipe e maior de todos os penalistas brasileiros, sequer é mais citado nesta Corte de Justiça, que hoje para desilustre desta Corte abriga gente como o sonegador de Imposto sobre a Renda Gilmar Mendes, o polaco e político do PT Ricardo Lewandowski e o primo de Color, Marco Aurélio de Mello, que nunca fez um concurso para entrar na magistratura, mas graças à influência do seu tio senador Arnon de Melo foi parar na Justiça do Trabalho, por nomeação. A composição desta Corte, como se encontra hoje, é uma tragédia jurídica. Eu queria ser advogado criminalista como foi o meu amigo e contemporâneo de Faculdade Arnaldo Malheiros Filho. Depois desisti da idéia, porque tinha aversão as Delegacias de Polícia. Fiquei na área do Direito Civil. Hoje, a nobre profissão de advogado, que abracei e dela vivi profissionalmente, é um oficio em queda livre, sem nobreza, desacreditado. lupenizado, graças à proliferação das Faculdades de Direito, que inundaram o pais. Consta que 1200 contra 1100 do resto do mundo. Gilmar Mendes tem uma delas.
Voltarei a este assunto.