A chuva, qual gotejos de tormentos
vai caindo insistentemente, e eu divago,
divagando eu relembro Pago Pago,
onde a chuva só pára por momentos.
Esta chuva que fustiga a soleira
com a mesma insistência e nostalgia
me lembra a chuva que deixou um dia
um rastro de lembrança doedeira.
Pois, a vida de poeta é u'a quimera
o verde de ontem, hoje é tapera,
onde só cresce urtiga e matagal.
O céu chuvoso agora é muito triste,
e eu, de mim, olho a chuva que persiste
a cair tais quais gotas de punhal.
Arcadas 26-10-1967