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semântica

Atualizado: 12 de mai. de 2019

Fui aluno de dois grandes pensadores: o Professor Napoleão Mendes de Almeida que me ensinou a arte da gramática e o Professor Gofredo Telles Jr da Faculdade de Direito de São Paulo que, nas suas preleções sobre filosofia do direito, me ensinou a pensar. Ambos já se foram, mas seus ensinamentos ficaram gravados na minha lembrança como uma marca indelével e, de vez em quando, afloram quando ouço certos desvios de linguagem para acobertar as mazelas de uma sociedade em avançado estado de decomposição. A decomposição social e mazelas, a que me refiro, estão bem apontadas no meu romance Ceutauro Quirão, O Juiz da Rainha. Mas vamos ao assunto da Semântica, e já começo dizendo, repetindo o saudoso mestre das Arcadas Gofredo, na sua Filosofia do Direito: As palavras não são criações da fantasia. Nelas nada há do arbítrio humano. Cada palavra tem seu sacrário. E em cada sacrário verbal dorme o mistério de algum ser do mundo. Agora a pergunta, e o que tem a Semântica a ver com tudo isto? Eu me explico onde quero chegar. Napoleão Mendes de Almeida, na sua Gramática Metódica, falando sobre Semântica, diz alhures que a vida das palavras outra coisa não é senão a vida das coisas. E que não são as palavras que tende a modificar-se, a tomar sentido pejorativo, a indicar afeto ou repulsa, mas os indivíduos que as empregam. Hoje, Tomemos, como exemplo, o termo homossexual, consignado nos bons dicionários como pessoas que praticam entre si atos contra a natureza, tanto o homem como a mulher, perversão, inversão sexual. Na linguagem popular pederastas, veados, mulher macha, lésbicas, paraíbas etc. No passado não muito longínquo, por causa da aberração, as pessoas portadoras de tais perversões se escondiam a sete chaves no anonimato, procurando esconder sua anormalidade dos olhos público. Os que vivem fora dos limites, incomodados, queriam sair do anonimato e buscavam encontrar um substitutivo para o homossexualismo que lhes fossem menos agressivo ou difamante. Porque ser chamado ou chamada de pederasta ou lésbica (que é o que são de fato) eram denominativos por demais infamantes, um labéu aos olhos da sociedade...uma chacota. E continua sendo. Este flagelo, que cresce como erva daninha no seio da sociedade, é uma aberratio que se não subjugada a tempo, atinge a alma, e tudo que atinge o núcleo se desenvolve para o bem ou para o mal. Agora, vejam o que o arbítrio humano fez. Os portadores deste estado de letargia ao invés de lutarem para subjugar a torção perversa, passaram a tratar como bem vinda e, utilizando-se de uma semântica perversa, buscaram um lenitivo para o estado doentio. Para escamotear a aberratio, indivíduos da mídia e do chamado mundo artístico encontraram o lenitivo que procuravam. Transmudaram o bonito significado da palavra gay (que quer dizer genuinamente alegre divertido, jovial, folgazão, prazenteiro) e passaram a cognominar-se como gays. Mas, gays jamais serão. Viragos, zangões são termos mais apropriados para a anomalia feminina. E aí, salve-se quem puder. Abriram os portões do descaramento e a manada de pederastas masculinos e femininos, antes inibidos, assumiram a anormalidade bem vinda, e passaram a apontar, quem é contra as suas aberrações, como intolerantes e preconceituosos. Olha só que atrevimento!


Voltarei a este tema noutra oportunidade.


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