Na noite em que nasci sonhei contigo,
E vi um anjo que desceu do céu voando,
E abrindo os braços para mim chegando,
Se fez luz da mi’a vida e o meu abrigo!
Escravo seu, quem dera tal castigo,
Dizia-lhe em juras, quase suplicando,
Assim, como um prisioneiro implorando
A Deus misericórdia, ao inimigo.
Para o poeta ficou o seu retrato,
E o vínculo rompido de um distrato
De um caso que sequer nem começou!
Mas foi o grande ardor dos meus desejos,
E foi tudo o que quis nos meus almejos
Do meu sonho fantástico o que restou!