Passou por mim o vai e vem dos anos,
Também você que fez morada em mim
Deixou as marcas de uma dor sem fim,
E sepultou do meu amor os planos.
Sem planos e perdido em desenganos
De onde em onde, eu fui neste interim
Colher quimeras lá no seu jardim,
Ao musical dos bandolins ciganos.
Não por acaso, eu andei de porto em porto
Vagando ao léu, de porto a interporto,
Mas sempre retornava à sua porta.
Porque ali me envolvei nos seus encantos
E lhe beijei pela vez primeira os prantos
Que davam vida à esperança morta.