Dói muito, mas dói mais esta saudade
De uma lembrança, que vem de outras eras
Do teu jardim, onde colhi quimeras,
E sepultei a minha mocidade!
E quem sabe um dia lá na eternidade,
Junto às musas das celestes esferas,
Hás de lembrar daquele amor, deveras,
Que eu devotava a ti na flor da idade!
A graça misteriosa do teu ser
Envolveu de tal forma o meu viver,
Que eu fiquei sem saber pra onde ir.
Como folhas que o vento ao céu balança,
Eu fiquei envolvido nesta dança
Sem encontra um porto pra fugir!