Foi aqui mesmo, no vetusto arco,
recostado às paredes das Arcadas,
no verde dos teus olhos, o meu barco
navegava, o meu barco nas lufadas.
Fitando as águas calmas, eu embarco
na náu, que me conduz águas passadas,
porto seguro, inicio e fim, o marco,
o marco inicial, fim de jornadas.
Adormecer no teu regaço ardente
é navegar em mar de calmarias,
sentindo o encanto do teu colo quente
e dos teus olhos-punhais, que num só dia
feririam o meu peito eternamente,
desde então eu morri Livia Maria.
Arcadas 3 de junho de 1977