Consta que o estrategista militar prussiano Carl von Clausewitz costumava dizer que a guerra era assunto sério demais para deixar o seu destino nas mãos de generais. Até bem pouco eu acreditava que Jair Bolsonaro, pessoa em quem votei e votaria novamente, fosse a salvação do Brasil. A equipe de generais que ele nomeou para assessorá-lo me deixava mais confiante ainda. Depois do episódio Bebiano o meu sonho evaporou-se como lágrimas rolando na chuva. O ex ministro, nos áudios mostrados, provou que falou com o Presidente 3 vezes naquele dia malfadado. Chamou-me particularmente a atenção a maneira lhana e respeitosa como tratava o Presidente, chamando-o respeitosamente de capitão, não obstante a linguagem ríspida com que era tratado do outro lado pelo oponente. Nunca vi tanta falta de tino político para quem esteve 28 anos na vida parlamentar. E os generais onde entram nisso? Será que a nenhum deles, com toda a sua autoridade de três, quatro estrelas, ocorreu dizer ao ex capitão, em nome da governança, sobre o Episódio Bebiano: não faça isto, esqueça, deixe isto para lá, vamos evitar crise, etc. etc. E sobre o outro episódio: o senhor é o comandante-em-chefe (Chief of Defence), a dignidade, o decôro exige que o senhor se paramente adequadamente para comparecer numa reunião palaciana... o senhor não pode comparecer numa reunião presidencial com chinelos de dedos e camisa pirata de time de football. Pirataria é crime!
- areisdourado