Eu conheço Michel Temer da cidade de Tietê (minha mulher é de Tietê) e não tenho a menor dúvida de que ele deve estar envolvido em um bando de patifarias. Embora o seu acerto de contas com a justiça fosse uma questão de tempo, não esperava que acontecesse tão cedo. É claro que dormiria preso e acordaria solto se o habeas corpus, que os seus advogados vão impetrar, caísse nas mãos de Gilmar Mendes, Lewandowsky, ou Marco Aurélio Melo, mas como vai passar por graus de hierarquia judiciária não é o caso, por ora. Na coletiva dos procuradores e delegados, não há nada de novo que a imprensa e o grande público não soubesse, exceto, claro, a cifra bilionária que envolve o propinato R$ 8.500 (oito bilhões e quinhentos milhões). De onde procuradores e delegados tiraram este valor parece mais exercício de lucubração e suposição, e suposições e lucubrações são pratos cheios para advogados criminalistas. Além do que, os fatos apresentados pelos procuradores para justificar a prisão não são novos, são velhos e já fizeram aniversário. Entretanto, a pressa destes procuradores, muito mais interessados em aparecer na mídia do que apresentar uma peça bem fundamentada à pretensão punitiva, me leva a crer que é questão de dias para Michel Temer e seu grupo ganhar a liberdade.